"Quando o encontraram, estava bem de saúde e carregava uma arma, mas ao arrancar com um veículo foi envolvido em um tiroteio entre combatentes 'Kadafistas' e revolucionários, e morreu com um disparo na cabeça", disse Jibril em entrevista coletiva em Trípoli.
Em seguida, foi levado em uma pick-up e "estava vivo até chegar ao hospital" de Misrata, informou Jibril.
Horas antes, Mohamed Leith, comandante das forças do CNT no sul de Misrata, disse que "Kadafi estava em um jeep contra o qual os rebeldes abriram fogo".
"Saiu do veículo e tentou fugir por uma tubulação, mas nossas forças abriram fogo e ele saiu com um Kalashnikov (fuzil de assalto) em uma mão e uma pistola na outra".
"Olhou para a direita e para a esquerda e disse: 'o que ocorre aqui'. Os rebeldes abriram fogo outra vez, ferindo-o no ombro e na perna, e ele sucumbiu", afirmou o comandante.
Vídeo mostra Kadafi pouco antes de morrer
Vídeo mostra Kadafi já morto
Quem foi Muammar Kadafi?
Nascido em 1942 e criado em uma família de pastores de camelos, Kadafi conseguiu estudar para chegar à Academia Militar, onde aprendeu sobre doutrinas de liderança. Ele assumiu o poder na Líbia após um golpe de Estado em 1º de setembro de 1969, quando derrubou o rei Idris I, no poder desde a independência do país, em 1951.Seu confonto com os Estados Unidos teve um episódio bélico com os bombardeios, em 1986, de seu palácio em Trípoli e da cidade portuária de Benghazi por ordem do então presidente americano, Ronald Reagan, em represália a um atentado terrorista em uma discoteca berlinense frequentada por militares norte-americanos.
A escalada teve seu ápice com a aprovação de sanções em 1992 pelo Conselho de Segurança da ONU devido à recusa de Kadafi de entregar dois suspeitos do atentado ao avião da Pan Am em Lockerbie (Escócia), em 1988, no qual 270 morreram.
O desmoronamento de sua 'Yamahiria' (República) Árabe Líbia Popular Socialista, com uma fuga do posto de seus principais dirigentes, incluindo seus familiares, revelou um regime de latrocínios e repressão completamente inerte e incapaz de combater os rebeldes.
Sua presença em Sirte, explica agora seu empenho em defender este reduto desde o início dos combates, há oito meses, e a fragilidade de suas tropas na capital Trípoli, muito castigadas pelos bombardeios da Otan.
Na fuga para Sirte, ele perdeu seu filho Hamis, encarregado da frente militar, morto nos combates de 29 de agosto. Além disso, sua mulher Safia e três de seus filhos - Mohammed, Aníbal e Aisha - se exilaram na Argélia.
De Seif al Islam, pouco se soube nos últimos dias, a não ser esporádicos apelos à guerra. Já outro filho de Kadafi, Mustasam, assessor de segurança nacional desde 2010, também teria sido capturado nesta quinta, de acordo com o conselho rebelde que agora governa o país.
Entre suas 'genialidades' políticas - além de seu Livro Verde - em torno da unidade do mundo árabe, Kadafi quis estabelecer alianças que o colocariam à frente de uma espécie de 'Estados Unidos do Saara', ou efêmeras fusões com Egito, Tunísia, Argélia e Marrocos.
Enquanto o chefe do clã dedicava o tempo ao culto a sua personalidade, seus filhos acumulavam propriedades suntuosas, pouco de acordo com uma república popular, e desfrutavam de amplos contatos nos circuitos internacionais de poder e dinheiro.
Implacável na repressão de qualquer dissidência, ele conseguiu sobreviver ao embargo ao qual foi submetido, e apesar de seus contatos clandestinos desde 1984 com a rede de tráfico nuclear do engenheiro paquistanês A.Q. Khan, em 2003, Estados Unidos e Líbia iniciaram uma aproximação depois do anúncio da desistência de Kadafi ao desenvolvimento de armas de destruição em massa.
Sua saída do chamado 'eixo do mal' culminou na troca com Washington de embaixadores em 2008, mas sua aproximação de um Ocidente ávido por provisões de petróleo não evitou que a repressão interna despertasse uma rebelião popular que acabou com seu regime.
Fonte: EXAME.com
O povo agora livre comemora a morte de Kadafi.
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